As fraturas de diáfise do fêmur são lesões graves que ocorrem na porção média do osso da coxa. Essas fraturas podem ocorrer devido a traumas de alta energia, como acidentes de trânsito, quedas de grande altura ou ferimentos por arma de fogo. Elas podem afetar tanto adultos jovens quanto pessoas idosas, e o tratamento geralmente envolve cirurgia para reparar a fratura e restaurar a estabilidade do osso.
Em adultos jovens, as fraturas de diáfise do fêmur geralmente ocorrem devido a traumas de alta energia, como acidentes de carro ou quedas de grande altura. Já em pessoas idosas, essas fraturas ocorrem devido a traumas de baixa energia, como quedas da própria altura. A incidência dessas fraturas nos Estados Unidos é de aproximadamente 37,1 por 100 mil pessoas-ano.
O fêmur é um osso longo que se estende do trocanter menor até os côndilos femorais. Ele é dividido em três compartimentos musculares: anterior, medial e posterior. O suprimento neurovascular do fêmur é abundante, principalmente da artéria femoral profunda. Lesões associadas, como fraturas ou luxações de pelve/quadril e lesões ligamentares ou meniscais, são comuns em pacientes com fraturas de diáfise do fêmur.
As fraturas de diáfise do fêmur causam edema, deformidade e instabilidade na região afetada. É comum haver perda de sangue significativa, podendo chegar a mais de 1,5 litros por fratura. O choque hemorrágico também pode ocorrer, especialmente em casos de trauma fechado e presença de outras lesões associadas.
O diagnóstico das fraturas de diáfise do fêmur é realizado por meio de radiografias anteroposteriores e laterais. Em casos de fraturas resultantes de grande força, é importante realizar radiografias do quadril para verificar se há fratura do colo do fêmur ipsolateral. Além disso, a avaliação do joelho também é essencial. Existem diferentes sistemas de classificação de fraturas, como a classificação de Winquist e Hansen e a classificação OTA.
O tratamento das fraturas de diáfise do fêmur geralmente envolve cirurgia para reparar a fratura e restaurar a estabilidade do osso. Duas opções comuns de tratamento são a colocação de uma haste intramedular bloqueada (HIM) ou o uso de placa e parafusos para fixar a fratura. A escolha do método de tratamento depende de diversos fatores, como a idade do paciente, a gravidade da fratura e as condições específicas de cada caso.
Após a cirurgia, a fisioterapia desempenha um papel importante na recuperação e reabilitação do paciente. O objetivo é ajudar a recuperar a amplitude de movimento e a força muscular do membro afetado. O tempo de recuperação pode variar de algumas semanas a vários meses, dependendo do tipo e gravidade da fratura, bem como do tipo de cirurgia realizada. Durante a recuperação, o paciente pode precisar utilizar muletas ou andador para se movimentar e evitar colocar peso sobre o membro afetado.
Algumas complicações podem ocorrer durante o tratamento e a recuperação das fraturas de diáfise do fêmur. Infecção, má consolidação ou não consolidação óssea são complicações possíveis. Lesões neurovasculares, hemorragia, síndrome compartimental, embolia gordurosa e SDRA (Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo) também são complicações mais raras que podem ocorrer. O prognóstico geralmente é bom, especialmente quando a fixação de uma haste intramedular por via anterógrada é realizada.
As fraturas de diáfise do fêmur são lesões graves que requerem tratamento cirúrgico para restaurar a estabilidade do osso e permitir a cicatrização adequada. A recuperação e reabilitação são essenciais para restaurar a função do membro afetado. É importante seguir as orientações médicas e fisioterapêuticas durante todo o processo de recuperação. Com o tratamento adequado e os cuidados necessários, a maioria dos pacientes pode retornar à funcionalidade basal dentro de alguns meses a um ano, dependendo das características individuais de cada caso.