Fraturas do fêmur distal

As fraturas do fêmur distal são lesões graves que afetam a extremidade inferior do osso da coxa, próximo ao joelho. Essas fraturas podem ocorrer em pessoas de todas as idades, mas são mais comuns em dois grupos específicos: jovens vítimas de acidentes de alta energia, como acidentes de carro, e idosos com perda óssea devido à osteoporose, sofrendo traumas aparentemente simples, como quedas de baixa altura.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes as fraturas do fêmur distal, abordando suas causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações. Também discutiremos as diferentes opções de tratamento disponíveis e compararemos os resultados de estudos clínicos relevantes.

 

Anatomia do Fêmur Distal

Para compreender melhor as fraturas do fêmur distal, é importante ter uma noção da anatomia dessa região. O fêmur é o osso mais longo e resistente do corpo humano, localizado na coxa. Ele é dividido em três segmentos: proximal (próximo ao quadril), diáfise (meio da coxa) e distal (próximo ao joelho).

O fêmur distal é a porção final do osso, correspondendo aos últimos 10 a 15 centímetros. Essa região se alarga para formar dois côndilos – o côndilo medial e o côndilo lateral. Esses côndilos são recobertos por cartilagem e se articulam com a patela (rótula) e a tíbia, formando a articulação do joelho.

O fêmur distal desempenha um papel crucial na sustentação do peso do corpo e é fundamental para a realização de movimentos como caminhar, correr e pular. Além disso, ele serve como ponto de inserção para ligamentos e tendões importantes, que estabilizam a articulação do joelho.

 

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Causas das Fraturas do Fêmur Distal

As fraturas do fêmur distal são geralmente causadas por traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos, quedas de grandes alturas ou lesões por arma de fogo. Essas forças de impacto podem gerar uma carga axial no osso, levando a fraturas por cisalhamento, compressão ou torção.

Em pessoas mais jovens, as fraturas do fêmur distal são frequentemente resultado de acidentes automobilísticos ou esportivos. Já em idosos, essas fraturas podem ocorrer mesmo com traumas aparentemente simples, devido à fragilidade óssea causada pela osteoporose.

É importante destacar que as fraturas do fêmur distal também podem ocorrer em pessoas que já possuem implantes de próteses no joelho ou no quadril. Essas fraturas periprotéticas geralmente resultam de traumas que ocorrem ao redor do implante, colocando o osso já enfraquecido em risco de fratura.

 

Sintomas das Fraturas do Fêmur Distal

As fraturas do fêmur distal geralmente causam dor intensa na região do joelho, inchaço e deformidade visível. A pessoa afetada também pode apresentar incapacidade de apoiar o peso do corpo e dificuldade em movimentar o membro afetado. Em alguns casos, pode ocorrer derrame articular, caracterizado pelo acúmulo de sangue ou fluido no joelho.

É importante ressaltar que as fraturas do fêmur distal podem estar associadas a lesões adicionais, como fraturas de outros ossos adjacentes, lesões ligamentares do joelho, lesões nervosas ou arteriais. Portanto, é fundamental realizar uma avaliação médica completa para identificar todas as possíveis lesões e fornecer o tratamento adequado.

 

Diagnóstico das Fraturas do Fêmur Distal

O diagnóstico das fraturas do fêmur distal é baseado na história clínica, exame físico e exames de imagem. Durante a consulta médica, o médico irá perguntar sobre a causa do trauma, os sintomas apresentados e realizará um exame físico detalhado para avaliar a região afetada.

Os exames de imagem desempenham um papel fundamental no diagnóstico e planejamento do tratamento. A radiografia é o exame mais acessível e comumente utilizado para visualizar as fraturas do fêmur distal. A tomografia computadorizada (TC) é útil para uma avaliação mais detalhada do padrão da fratura, especialmente quando há envolvimento da superfície articular do joelho. A ressonância magnética (RM) pode ser utilizada para avaliar possíveis lesões de partes moles, ligamentos e meniscos.

 

Classificação das Fraturas do Fêmur Distal

As fraturas do fêmur distal podem apresentar diferentes padrões de fratura, variando em termos de gravidade e extensão do acometimento ósseo. Existem várias classificações disponíveis para ajudar os médicos a descrever e classificar essas fraturas.

Uma das classificações mais utilizadas é a classificação AO, que leva em consideração o mecanismo do trauma e o padrão da fratura. Essa classificação auxilia no planejamento do tratamento e na comunicação entre os profissionais de saúde.

É importante destacar que a gravidade das fraturas do fêmur distal pode variar significativamente. Fraturas expostas, lesões graves de partes moles, fraturas associadas a outros ossos e fraturas intra-articulares podem ser consideradas mais graves e requerem um tratamento mais complexo.

 

Tratamento das Fraturas do Fêmur Distal

O tratamento das fraturas do fêmur distal depende de vários fatores, incluindo a gravidade da fratura, a presença de lesões associadas, a idade do paciente e sua condição geral de saúde. Existem duas abordagens principais de tratamento: tratamento conservador (não cirúrgico) e tratamento cirúrgico.

O tratamento conservador é geralmente indicado para fraturas minimamente deslocadas, fraturas fechadas sem comprometimento vascular e em pacientes que não podem ser submetidos a cirurgia devido a condições médicas pré-existentes. Nesse tipo de tratamento, é utilizado um imobilizador, como uma órtese ou gesso, para manter o osso no lugar correto durante o processo de cicatrização. Restrições de carga também podem ser necessárias durante o período de recuperação.

No entanto, a maioria das fraturas do fêmur distal requer tratamento cirúrgico. A escolha do procedimento cirúrgico depende de vários fatores, como o tipo e a gravidade da fratura, a presença de lesões associadas e a condição do osso e dos tecidos circundantes. As opções de tratamento cirúrgico incluem a fixação interna com placas e parafusos, a utilização de hastes intramedulares e a utilização de fixadores externos.

A decisão sobre qual técnica cirúrgica utilizar é baseada em uma avaliação individualizada de cada caso, levando em consideração os benefícios e os riscos de cada abordagem. O objetivo do tratamento cirúrgico é realinhar e estabilizar o osso para permitir a cicatrização adequada e a recuperação funcional.

 

Complicações das Fraturas do Fêmur Distal

As fraturas do fêmur distal podem estar associadas a várias complicações, que podem variar de acordo com a gravidade da fratura e o tipo de tratamento realizado. Algumas das complicações mais comuns incluem rigidez do joelho, infecção, síndrome compartimental, pseudartrose (falha na consolidação óssea), deformidade residual, necrose avascular, artrose (desgaste da articulação), lesão neurovascular, trombose e embolia.

É importante ressaltar que nem todas as fraturas do fêmur distal resultam em complicações, e a ocorrência de complicações pode ser minimizada com um tratamento adequado e acompanhamento médico regular. A reabilitação física após o tratamento também desempenha um papel fundamental na prevenção de complicações e na recuperação funcional.

 

Recuperação e Reabilitação

Após o tratamento das fraturas do fêmur distal, a recuperação pode levar algum tempo e requer cuidados adequados. A fisioterapia é uma parte essencial do processo de reabilitação, ajudando a restaurar a força muscular, a amplitude de movimento e a função do membro afetado.

No período pós-operatório imediato, o paciente pode começar a fisioterapia para mobilizar o joelho, com exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor da articulação do joelho. A carga no membro operado é liberada gradualmente, conforme orientação médica, e o paciente é incentivado a retomar as atividades diárias aos poucos.

O tempo necessário para retornar às atividades normais pode variar de pessoa para pessoa e depende da gravidade da fratura, do tipo de tratamento realizado e da resposta individual à reabilitação. Em alguns casos, a recuperação completa pode levar de seis meses a mais de um ano.

É importante ressaltar que o acompanhamento médico regular é fundamental durante todo o processo de recuperação. O médico irá monitorar a cicatrização óssea, avaliar a função do membro afetado e fornecer orientações adicionais sobre atividades físicas adequadas e cuidados a serem tomados para evitar complicações.

 

Conclusão

As fraturas do fêmur distal são lesões graves que afetam a extremidade inferior do osso da coxa, próximo ao joelho. Essas fraturas podem ocorrer devido a traumas de alta energia ou em pessoas com fragilidade óssea devido à osteoporose.

O diagnóstico e o tratamento adequados são fundamentais para garantir uma recuperação adequada e minimizar o risco de complicações. O tratamento pode envolver tanto abordagens conservadoras quanto cirúrgicas, dependendo da gravidade da fratura e das condições individuais do paciente.

A reabilitação física desempenha um papel crucial na recuperação funcional após o tratamento das fraturas do fêmur distal. A fisioterapia ajuda a fortalecer os músculos, restaurar a amplitude de movimento e melhorar a função do membro afetado.

É importante ressaltar que cada caso é único e requer uma abordagem individualizada. Portanto, é fundamental buscar a orientação de profissionais de saúde especializados para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado. Com um cuidado adequado, a maioria das pessoas com fraturas do fêmur distal pode se recuperar e retornar às atividades normais.